Resenha do filme Melancholia (com Alexander Skarsgard)

Este post contém spoilers sobre o filme Melancolia, prossiga por sua conta e risco. 

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Eu não esperava nada menos do que uma obra prima do diretor Lars Von Trier, do qual sou fã já tem um tempo, e não foi dessa vez que ele me decepcionou. Melancolia entrou sem dúvida para a minha lista de filmes prediletos e ainda de quebra temos Alexander Skarsgard no elenco, fazendo infelizmente o papel de um homem medíocre e sem sal nem açúcar. Tenho certeza que várias pessoas que viram o filme irão discordar da minha opinião, talvez por não terem a mesma sensibilidade de entender o filme e seus personagens. Os que viram ou verão o filme apenas pelo galã de True Blood, não esperem algo surpreendente de seu desempenho. Seu personagem é chato e sem personalidade, totalmente clichê e fácil de sacar.

Melancolia não é um filme pra se ver como entretenimento. Este é um filme para os amantes do cinema, para pessoas que tem a sensibilidade de entrar no filme e sentir na pele a amargura dos personagens e depois no final refletir sobre toda a história, se questionar: O que você faria no lugar deles?

O filme conta com um prólogo espetacular, mostrando no começo do filme os últimos momentos de seus personagens com imagens em câmera lenta de arrepiar, uma musica serena e certa curiosidade em torno das imagens, que a gente só acaba entendendo mesmo no final. O filme é dividido em duas partes e conta a história de duas irmãs, Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gainsbourg). A primeira parte é dedicada à protagonista, Justine e sua festa de casamento com Michael (Alexander Skarsgard), que no começo aparenta ser tranqüilo feliz e descontraído, que ao longo da trama vai se tornando uma festa perturbadora, cheia de conflitos, mostrando sucintamente a verdadeira face de Justine. Kirsten Dunst está espetacular como Justine, a história é mais perturbante pelo fato do estado mental de Justine ser mais pungente e sofrida do que a própria colisão do planeta Melancolia com a Terra. 

Este não é só mais um filme sobre o fim do mundo. É um filme sobre relacionamentos, medo, depressão, amor. O medo de Justine de viver e o medo de Claire de morrer, que é explorado na segunda parte do filme, girando em torno do planeta Melancolia, que se aproxima da Terra. E é inevitável não se entregar ao filme, não sentindo a mesma amargura dos personagens, a curiosidade, o suspense e a esperança do ultimo minuto de tudo ocorrer bem.

É engraçado e curioso ver ao longo da trama, o modo que os personagens se comportam diante de cada situação, o modo como eles mudam de repente e como eles encaram a vida e a morte. Justine encontrando sua serenidade, feliz de se ver livre de uma vida de angústias e medos; e Claire sua insanidade, seu medo da morte, da extinção. E se o nome do planeta prestes a destruir os personagens não deixa de ser óbvio infinitamente mais instigante é perceber como o cavalo favorito de Justine se recusa sempre a atravessar a mesma ponte, frustrando a garota já que, com isso, reflete a própria dificuldade da moça em cruzar certos obstáculos facilmente transpostos pelos demais, permanecendo assim eternamente presa ao seu sofrimento.

Melancolia permanece como uma obra impactante por sua habilidade em retratar a depressão da protagonista com tamanha sensibilidade, desde sua dificuldade crescente em se mover até sua fuga através do sono, passando, claro, pelo triste momento em que, num ensaio de alegria ao provar seu prato favorito, ela percebe que até mesmo o gosto da comida parece ter cedido lugar à tristeza. Este é um filme que exige atenção e dedicação do espectador, que deve ser apreciado e deliciado várias e várias vezes.

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Inté ;*

Zé Ninguém